As nossas notícias – e muito obrigado! Este é o último boletim da AIDS 2012, a 19ª Conferência
Internacional sobre SIDA. Esperamos que a nossa cobertura durante a conferência
tenha sido útil.
Continuamos a publicar artigos sobre a conferência e para
que possa aceder a novas informações ou ao que foi publicado, clique em www.aidsmap.com/aids2012. No site,
pode encontrar todas
as nossas notícias, notícias de outras fontes de informação, seleção de tweets
sobre a conferência e mais informação no nosso
blogposts.
Pode também aceder aos boletins
da conferência no nosso site, lê-los ou fazer o download em PDF em
diferentes idiomas: Português, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano e Russo.
Disponibilizámos um pequeno questionário online (em Inglês) e gostaríamos
muito de saber a sua opinião sobre a nossa cobertura durante a conferência.
Gostaríamos ainda de aproveitar esta oportunidade para
agradecer à nossa organização parceira em Portugal - GAT – Grupo Português de Activistas sobre
Tratamentos de VIH/SIDA, que trabalhou arduamente na tradução para
português dos nossos boletins.
Trabalhamos, também, com o GAT na tradução de
outros recursos informativos (brochuras e panfletos). Pode aceder ao material
traduzido no nosso site, vá para a seção Portuguese
(Português).
Mapeamento para mudar a prevenção da infeção pelo VIH 
Nelly
Mugo, da Universidade de Nairobi. © IAS/Ryan Rayburn – Commercialimage.net
Durante
a conferência, foram desenvolvidas interessantes discussões sobre a
implementação de estratégias eficazes de prevenção.
Nos últimos anos, têm surgido dados sobre a eficácia de
novos métodos de prevenção da infeção pelo VIH, incluindo a circuncisão
masculina, profilaxia pós-exposição e tratamento como prevenção.
Na sessão plenária, os delegados ouviram três pontos
importantes para a implementação – uso de dados sobre novas infeções e
prevalência para identificar populações em situação de maior vulnerabilidade,
escolha cuidadosa e priorização de intervenções dirigidas a estas populações e
disponibilização das mesmos em grande escala de forma a alcançar um forte
impacto.
Medicamentos genéricos podem significar grandes poupanças nos países mais ricos 
Rochelle
Walensky, do Harvard
Medical School.
© IAS/Deborah W. Campos – Commercialimage.net
O
uso de formulações genéricas pode reduzir a despesa com a terapêutica
antirretroviral nos E.U.A. até 920 milhões de dólares por ano, segundo foi
demonstrado através de uma nova análise.
O tratamento de primeira
linha preferido é o Atripla® (efavirenze combinado com
tenofovir e FTC). Este medicamento está patenteado.
Contudo, a patente do efavirenze
expira no próximo ano, como também a patente do 3TC
(lamivudina, Epivir®), semelhante ao FTC
(emtricitabina, Emtriva®) em termos
de eficácia e de efeitos
secundários.
Os investigadores calculam que o uso de formulações
genéricas do efavirenze e do 3TC em combinação com tenofovir
(Viread®) pode poupar 4 000 dólares
por pessoa/ano, com um valor anual cumulativo de poupança de 920 milhões.
Os resultados desta análise serão estudados com
interesse, uma vez que o custo associado ao tratamento antirretroviral é uma
preocupação crescente, mesmo nos países ricos.
Novo agente potenciado equivalente ao ritonavir O
novo agente potenciado cobicistat é
equivalente ao ritonavir (Norvir®) quando
usado para aumentar os níveis do atazanavir (Reyataz®), segundo os resultados de um estudo apresentado na
conferência de Washington.
A potência de muitos
medicamentos antirretrovirais, incluindo a maioria dos inibidores da protease,
é aumentada através de uma pequena dose potenciada do inibidor da
protease ritonavir.
Até há pouco tempo, o ritonavir
era o único agente potenciador disponível.
Contudo, um novo medicamento,
designado por cobicistat, foi desenvolvido. Ao contrário do ritonavir, não tem
qualquer atividade contra o VIH.
Os investigadores compararam
os resultados de pessoas que estavam sob tratamento de primeira linha baseado em atazanavir e de acordo com o
inibidor da protease que estavam a tomar, ou seja, em combinação com cobicistat ou com ritonavir.
Após 48 semanas de tratamento,
os participantes do estudo que estavam a tomar o potenciador cobicistat tinham
a mesma probabilidade que os participantes sob ritonavir de atingir níveis de carga viral indetetáveis (85 vs 87%).
Aumentos na contagem de células CD4 foram também
comparáveis em ambos os agentes, como a frequência de efeitos secundários.
Infeção pelo VIH nas trabalhadoras do sexo 
Cheryl Overs, Universidade de Monash. © IAS/Steve Shapiro – Commercialimage.net
Os investigadores concluíram que as
trabalhadoras de sexo têm um risco acrescido de 14 vezes de se infetarem com o
VIH em comparação com outras mulheres.
Observaram dados sobre a
prevalência em 50 países e concluíram que, comparando mulheres da mesma idade, as
trabalhadoras do sexo tinham 14 vezes mais probabilidade de se infetar pelo
VIH.
Mas esta é apenas uma parte da
epidemia. Não houve informação sobre a prevalência da infeção pelo VIH nas
trabalhadoras do sexo em alguns países fortemente atingidos pela epidemia.
Os investigadores acreditam que as suas
conclusões salientam a importância de iniciativas de prevenção dirigidas a esta
população. Calculam que tal não seria apenas protetor da saúde das
trabalhadoras do sexo, mas que reduziria as taxas de transmissão até um terço.
Reduzir a infeção pelo VIH nas pessoas que usam drogas por via injetada 
Imagem
da apresentação de William Zule, que ilustra como o design de uma seringa pode
afetar a quantidade de sangue recolhido e transmitido na partilha de agulhas.
Os
delegados da conferência ouviram que é possível reduzir a taxa de transmissão
de novas infeções pelo VIH nos utilizadores de droga por via injetada (UDI).
Aproximadamente 30% de todas as infeções pelo VIH ocorrem em pessoas que
injetam drogas. Contudo, esta população é muitas vezes marginalizada, estigmatizada
e criminalizada. E tal faz com que o trabalho na área da prevenção seja
dificultado.
Os delegados ouviram que os programas de troca de agulhas e seringas podem
significativamente reduzir
a partilha de agulhas e seringas.
No Tajiquistão, conseguiu-se reduzir o número de novos casos de hepatite C e
estabilizar a incidência da infeção pelo VIH. O custo-eficácia dos programas de
troca de seringas foi enfatizado.
Mas, um estudo chinês demonstrou que, muitas vezes, é difícil reter as
pessoas que usam drogas nos programas
de metadona, devido à detenção prisional dos utentes.
As iniciativas entre pares foram interpretadas como tendo um efeito
positivo nos comportamentos de risco no Vietnam e na Tailândia.
Há também esperança que um novo modelo de
seringa, com menos espaço no reservatório para o sangue, possa reduzir o risco
de transmissão.
VIH e estigma 
Maria
Ekstrand, da University of California San Francisco. © IAS/Deborah W.
Campos – Commercialimage.net
Segundo
vários estudos apresentados na conferência de Washington, um número elevado de
profissionais de saúde estigmatizam as pessoas que vivem com VIH e têm ideias
erradas sobre como o vírus pode ser transmitido.
Um estudo conduzido na India revelou que 70% dos profissionais de saúde
culpavam os doentes da sua infeção pelo VIH, e que ideias erradas sobre o risco
de transmissão através do contacto de rotina eram comuns.
Um outro estudo conduzido na China, concluiu também que os profissionais de
saúde estigmatizavam os doentes seropositivos para o VIH. Contudo, os
investigadores concluíram que é possível trabalhar eficazmente o estigma
através de educação.
Uma investigação no Uganda demonstrou que é possível mudar e melhorar a
atitude dos profissionais de saúde, em especifico, ao longo dos programas de
tratamento antirretroviral. Os profissionais de saúde foram encorajados a
observar a melhoria do estado de saúde dos doentes e a perceber que a doença já
não era uma “sentença de morte”.
Vacina da TB para crianças 
Heather Jaspan. © IAS/Deborah W. Campos - Commercialimage.net
A vacina da BCG contra a TB pode aumentar a suscetibilidade
das crianças à infeção pelo VIH, segundo os resultados de um estudo.
A vacina é dada, por rotina à
nascença, a crianças de países com elevadas prevalências de TB como, por
exemplo, África do Sul.
Mas os investigadores
sul-africanos concluem que a vacina leva a um aumento da ativação de células CD4, o alvo do VIH.
Os investigadores acreditam que as suas
conclusões podem ter implicações na vacinação com a BCG em crianças com risco
de infeção pelo VIH, como por exemplo, em aquelas que são amamentadas por mães
seropositivas para o VIH. In partnership with UNICEF
Mais notícias sobre a infeção pelo VIH e crianças 
A conferência contou com a apresentação de novas investigações, em
diversas áreas, dirigidas a crianças e adolescentes:
Para aceder a todas as notícias relacionadas com crianças e família,
consulte a
nossa página de internet dedicada ao tema.
In partnership with UNICEF
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