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Quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conteúdos

As nossas notícias – e muito obrigado!

Este é o último boletim da AIDS 2012, a 19ª Conferência Internacional sobre SIDA. Esperamos que a nossa cobertura durante a conferência tenha sido útil.

Continuamos a publicar artigos sobre a conferência e para que possa aceder a novas informações ou ao que foi publicado, clique em www.aidsmap.com/aids2012. No site, pode encontrar todas as nossas notícias, notícias de outras fontes de informação, seleção de tweets sobre a conferência e mais informação no nosso blogposts.

Pode também aceder aos boletins da conferência no nosso site, lê-los ou fazer o download em PDF em diferentes idiomas: Português, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano e Russo.

Disponibilizámos um pequeno questionário online (em Inglês) e gostaríamos muito de saber a sua opinião sobre a nossa cobertura durante a conferência.

Gostaríamos ainda de aproveitar esta oportunidade para agradecer à nossa organização parceira em Portugal - GAT – Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA, que trabalhou arduamente na tradução para português dos nossos boletins.

Trabalhamos, também, com o GAT na tradução de outros recursos informativos (brochuras e panfletos). Pode aceder ao material traduzido no nosso site, vá para a seção Portuguese (Português).

Mapeamento para mudar a prevenção da infeção pelo VIH

Nelly Mugo, da Universidade de Nairobi. © IAS/Ryan Rayburn – Commercialimage.net

Durante a conferência, foram desenvolvidas interessantes discussões sobre a implementação de estratégias eficazes de prevenção.

Nos últimos anos, têm surgido dados sobre a eficácia de novos métodos de prevenção da infeção pelo VIH, incluindo a circuncisão masculina, profilaxia pós-exposição e tratamento como prevenção.

Na sessão plenária, os delegados ouviram três pontos importantes para a implementação – uso de dados sobre novas infeções e prevalência para identificar populações em situação de maior vulnerabilidade, escolha cuidadosa e priorização de intervenções dirigidas a estas populações e disponibilização das mesmos em grande escala de forma a alcançar um forte impacto. 

Medicamentos genéricos podem significar grandes poupanças nos países mais ricos

Rochelle Walensky, do Harvard Medical School. © IAS/Deborah W. Campos – Commercialimage.net

O uso de formulações genéricas pode reduzir a despesa com a terapêutica antirretroviral nos E.U.A. até 920 milhões de dólares por ano, segundo foi demonstrado através de uma nova análise.

O tratamento de primeira linha preferido é o Atripla® (efavirenze combinado com tenofovir e FTC). Este medicamento está patenteado.  

Contudo, a patente do efavirenze expira no próximo ano, como também a patente do 3TC (lamivudina, Epivir®), semelhante ao FTC (emtricitabina, Emtriva®) em termos de eficácia e de efeitos secundários.

Os investigadores calculam que o uso de formulações genéricas do efavirenze e do 3TC em combinação com tenofovir (Viread®) pode poupar 4 000 dólares por pessoa/ano, com um valor anual cumulativo de poupança de 920 milhões.

Os resultados desta análise serão estudados com interesse, uma vez que o custo associado ao tratamento antirretroviral é uma preocupação crescente, mesmo nos países ricos.

Novo agente potenciado equivalente ao ritonavir

O novo agente potenciado cobicistat é equivalente ao ritonavir (Norvir®) quando usado para aumentar os níveis do atazanavir (Reyataz®), segundo os resultados de um estudo apresentado na conferência de Washington.

A potência de muitos medicamentos antirretrovirais, incluindo a maioria dos inibidores da protease, é aumentada através de uma pequena dose potenciada do inibidor da protease ritonavir.

Até há pouco tempo, o ritonavir era o único agente potenciador disponível.

Contudo, um novo medicamento, designado por cobicistat, foi desenvolvido. Ao contrário do ritonavir, não tem qualquer atividade contra o VIH.

Os investigadores compararam os resultados de pessoas que estavam sob tratamento de primeira linha baseado em atazanavir e de acordo com o inibidor da protease que estavam a tomar, ou seja, em combinação com cobicistat ou com ritonavir.

Após 48 semanas de tratamento, os participantes do estudo que estavam a tomar o potenciador cobicistat tinham a mesma probabilidade que os participantes sob ritonavir de atingir níveis de carga viral indetetáveis (85 vs 87%).

Aumentos na contagem de células CD4  foram também comparáveis em ambos os agentes, como a frequência de efeitos secundários.

Infeção pelo VIH nas trabalhadoras do sexo

Cheryl Overs, Universidade de Monash. © IAS/Steve Shapiro – Commercialimage.net

Os investigadores concluíram que as trabalhadoras de sexo têm um risco acrescido de 14 vezes de se infetarem com o VIH em comparação com outras mulheres.

Observaram dados sobre a prevalência em 50 países e concluíram que, comparando mulheres da mesma idade, as trabalhadoras do sexo tinham 14 vezes mais probabilidade de se infetar pelo VIH.

Mas esta é apenas uma parte da epidemia. Não houve informação sobre a prevalência da infeção pelo VIH nas trabalhadoras do sexo em alguns países fortemente atingidos pela epidemia.

Os investigadores acreditam que as suas conclusões salientam a importância de iniciativas de prevenção dirigidas a esta população. Calculam que tal não seria apenas protetor da saúde das trabalhadoras do sexo, mas que reduziria as taxas de transmissão até um terço.

Inibidores da integrase em estudos comparativos

O inibidor da integrase experimental elvitegravir é equivalente ao raltegravir (Isentress®), o único medicamento aprovado nesta classe, segundo um novo estudo.

Uma possível vantagem do elvitegravir é a sua toma diária. Em contraste, o raltegravir é um dos poucos medicamentos antirretrovirais administrado duas vezes ao dia.  

Os investigadores comparam a segurança e eficácia destes dois medicamentos durante dois anos. As pessoas recrutadas para o estudo tinham experiência anterior de tratamento.

As taxas de supressão viral foram comparáveis, assim como os aumentos na contagem de células CD4 e a frequência de efeitos secundários.

Reduzir a infeção pelo VIH nas pessoas que usam drogas por via injetada

Imagem da apresentação de William Zule, que ilustra como o design de uma seringa pode afetar a quantidade de sangue recolhido e transmitido na partilha de agulhas.

Os delegados da conferência ouviram que é possível reduzir a taxa de transmissão de novas infeções pelo VIH nos utilizadores de droga por via injetada (UDI).

Aproximadamente 30% de todas as infeções pelo VIH ocorrem em pessoas que injetam drogas. Contudo, esta população é muitas vezes marginalizada, estigmatizada e criminalizada. E tal faz com que o trabalho na área da prevenção seja dificultado.

Os delegados ouviram que os programas de troca de agulhas e seringas podem significativamente reduzir a partilha de agulhas e seringas.  

No Tajiquistão, conseguiu-se reduzir o número de novos casos de hepatite C e estabilizar a incidência da infeção pelo VIH. O custo-eficácia dos programas de troca de seringas foi enfatizado.

Mas, um estudo chinês demonstrou que, muitas vezes, é difícil reter as pessoas que usam drogas nos programas de metadona, devido à detenção prisional dos utentes.

As iniciativas entre pares foram interpretadas como tendo um efeito positivo nos comportamentos de risco no Vietnam e na Tailândia.

Há também esperança que um novo modelo de seringa, com menos espaço no reservatório para o sangue, possa reduzir o risco de transmissão.

VIH e estigma

Maria Ekstrand, da University of California San Francisco. © IAS/Deborah W. Campos – Commercialimage.net

Segundo vários estudos apresentados na conferência de Washington, um número elevado de profissionais de saúde estigmatizam as pessoas que vivem com VIH e têm ideias erradas sobre como o vírus pode ser transmitido.

Um estudo conduzido na India revelou que 70% dos profissionais de saúde culpavam os doentes da sua infeção pelo VIH, e que ideias erradas sobre o risco de transmissão através do contacto de rotina eram comuns.

Um outro estudo conduzido na China, concluiu também que os profissionais de saúde estigmatizavam os doentes seropositivos para o VIH. Contudo, os investigadores concluíram que é possível trabalhar eficazmente o estigma através de educação.

Uma investigação no Uganda demonstrou que é possível mudar e melhorar a atitude dos profissionais de saúde, em especifico, ao longo dos programas de tratamento antirretroviral. Os profissionais de saúde foram encorajados a observar a melhoria do estado de saúde dos doentes e a perceber que a doença já não era uma “sentença de morte”.

Terapêutica antirretroviral para pessoas sob tratamento da TB

Uma dose diária de 800 mg do inibidor da integrase raltegravir (Isentress®) é uma boa alternativa ao ITRNN efavirenz (Stocrin®, também no Atripla®) para as pessoas sob tratamento para a tuberculose.  

A terapêutica para a TB tem bons resultados em pessoas que vivem com VIH, contudo, há interações entre alguns medicamentos antirretrovirais para tratar o VIH e os medicamentos utilizados para tratar a TB.  

Uma investigação recente demonstrou que a interação entre o raltegravir e o medicamento principal para tratar a TB, a rifampicina, levaram à redução dos níveis do raltegravir.

Para ultrapassar esta interação, os investigadores duplicaram a dose padrão de raltegravir para 800 mg por dia.  

Concluíram que as pessoas tratadas com esta dose tinham a mesma probabilidade do que as pessoas sob TAR baseada em efavirenze de suprimir a carga viral.

Vacina da TB para crianças

Heather Jaspan. © IAS/Deborah W. Campos - Commercialimage.net

A vacina da BCG contra a TB pode aumentar a suscetibilidade das crianças à infeção pelo VIH, segundo os resultados de um estudo.  

A vacina é dada, por rotina à nascença, a crianças de países com elevadas prevalências de TB como, por exemplo, África do Sul.

Mas os investigadores sul-africanos concluem que a vacina leva a um aumento da ativação de células CD4, o alvo do VIH.

Os investigadores acreditam que as suas conclusões podem ter implicações na vacinação com a BCG em crianças com risco de infeção pelo VIH, como por exemplo, em aquelas que são amamentadas por mães seropositivas para o VIH.

In partnership with UNICEF

Mais notícias sobre a infeção pelo VIH e crianças

A conferência contou com a apresentação de novas investigações, em diversas áreas, dirigidas a crianças e adolescentes:

Para aceder a todas as notícias relacionadas com crianças e família, consulte a nossa página de internet dedicada ao tema.

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Muito obrigado.

“Fui diagnosticado com infeção pelo VIH no início de dezembro, com 24 anos…No inicio, não conseguia falar sobre o diagnóstico com os meus amigos mais próximos ou familiares. O aidsmap ajudou-me para além do imaginável e ajudou-me, também, a conseguir conversar sobre isto com outras pessoas.”

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