Jared Baeten e Zeda Rosenberg no CROI 2018. Fotografia de Liz Highleyman.
Dois estudos abertos paralelos do anel vaginal de dapivirina apresentaram resultados interinos na 25ª Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas (CROI 2018) na quarta-feira. Demonstraram que as mulheres usavam o anel mais consistentemente que nos estudos randomizados anteriores e consequentemente o anel era mais eficaz na prevenção da infeção pelo VIH. O anal evitou mais de metade das infeções pelo VIH que ocorreriam de outra forma.
O anel, que é similar aos dispositivos usados para contraceção, tem indicação para ser usado dentro da vagina durante um mês para cada anel e pode ser inserido e removido pela própria mulher.
Os dois estudos, HOPE (MTN 025) e DREAM (IPM 032), são extensões abertas dos dois estudos randomizados, controlado com placebo do anel vaginal, conhecidos como ASPIRE (MTN 020) e Ring Study (IPM 027). Estes estudos tinham relatado eficácias de 27% e 31% respetivamente.
Estes dois estudos abertos são muito similares, recrutam mulheres em países no sul e leste de África que participaram nos estudos randomizados anteriores. Os participantes tinham conhecimento que estavam a receber um produto ativo e comprovadamente eficaz e seguro.
O estudo HOPE angariou 1407 participantes com uma idade média de 31 anos, enquanto que o DREAM recrutou 900 participantes com uma idade média de 29 anos. Uma proporção significativa tinha infeções sexualmente transmissíveis no momento de recrutamento para o estudo: 16% e 18% respetivamente. O recrutamento e retenção foram bem sucedidos no geral.
A adesão parece ser mais alta que nos estudos randomizados. A adesão foi estimada através da medição dos níveis de medicamento nos anéis que são devolvidos depois do uso. Desta forma foi possível estabelecer que 89.5% e 96% das mulheres no HOPE e DREAM usaram o anel pelo menos algum do tempo no último mês, resultados diferentes dos estudos randomizados de 77% e 83%.
Como os estudos abertos não têm o braço de placebo (quando um dos grupos não recebe a intervenção), a eficácia não pôde ser diretamente medida. No entanto, os investigadores esperavam que a incidência em ambas as coortes fosse de 4.1% e 3.9% respetivamente. Na realidade foram de 1.9% e 1.8% em ambos os estudos, o que indicou uma eficácia de 54%.
Jared Baeten da Microbicide Trials Network fez a comparação com a profilaxia pre-exposiação (PrEP) oral. No estudo original de PrEP, o IPrEx, a eficácia foi de somente 44%, mas foi de 50% na extensão aberta do estudo e 100% nas pessoas que tomavam quatro ou mais doses por semana. Foram necessários mais estudos e projetos de demonstração para revelar que a PrEP é extremamente eficaz em circunstâncias onde a adesão é alta.
Os estudos do anel vaginal iniciaram essencialmente a segunda fase do processo, disse Baeten. Os resultados finais serão revelados no próximo ano e estratificarão os utilizadores por adesão, relacionando a adesão com as taxas de eficácia.
Acompanhe a NAM pelo Facebook: esteja actualizado com todos os projectos, recentes resultados e novos desenvolvimentos que estão a acontecer no mundo da NAM.
Siga a NAM pelo Twitter para aceder às notícias dos nossos editores, que irão acompanhar os principais temas da conferência à medida que vão sendo divulgados. As nossas notícias têm ligação em www.twitter.com/aidsmap_news e, também, através de mensagens pelo www.twitter.com/aidsmap.
Siga todas as notícias da conferência ao subscrever o nosso formato RSS.