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AIDS 2010 XVIII International AIDS Conference Vienna 18-23 July 2010

Novo medicamento – bons resultados da rilpivirina em ensaios

Imagens da apresentação pelo Dr. Cal Cohen, do Community Research Initiative New England (www.crine.org)

Dois estudos  apresentados durante a conferência de Viena demonstram que  a rilpivirina (TMC278) é tão eficaz como o efavirenze (Sustiva® ou Stocrin®) quando utilizado em combinação anti-retroviral em pessoas que iniciam o tratamento,

A segurança e eficácia da rilpivirina, um inibidor não nucleósido da transcriptase reversa experimental (INNTR), desenvolvido pela Tibotec, foi comparado ao efavirenze nos estudos ECHO e THRIVE. Estes ensaios envolveram 1 400 doentes que iniciavam pela primeira vez a terapêutica anti-retroviral.

Após 48 semanas do ensaio, a proporção de pessoas em cada braço com uma carga viral indetectável foi quase idêntica (84,3% no braço com rilpivirina, 82,3% no braço com efavirenze). Tal demonstrou a não inferioridade da rilpivirina em relação ao efavirenze.

Os doentes que tomaram efavirenze tinham maior probabilidade de interromper o tratamento do que aqueles a fazer rilpivirina (6,7% vs. 2%). Os doentes que tomavam efavirenze tinham três vezes mais probabilidade de reportar efeitos secundários, tais como tonturas e sonhos vívidos.

Os padrões de resistência diferiram entre os doentes a tomar efavirenze ou rilpivirina cuja carga viral voltou a subir. Os doentes tratados com rilpivirina tinham tendência a desenvolver a mutação E138K que causa resistência ao medicamento de segunda linha da classe dos INNTR etravirina (Intelence®). Metade dos doentes que apresentaram falência terapêutica com a rilpivirina desenvolveram resistência ao medicamento e, destes, 90% eram igualmente resistentes à etravirina.

Espera-se que a rilpivirina seja submetida para licenciamento nos Estados Unidos brevemente, e é provável que este produto seja combinado num único comprimido de toma diária juntamente com o Truvada® (tenofovir e FTC)da farmacêutica Gilead.

Novo medicamento – inibidor da integrase experimental mostra resultados prometedores

Recentes resultados de um estudo de fase 2 demonstram que o inibidor da integrase experimental GSK-572 tem um efeito anti-retroviral rápido e potente, e é eficaz contra as estirpes de vírus resistentes ao único medicamento licenciado desta classe o raltegravir (Isentress®).

O estudo SPRING-1 envolveu 205 doentes qie iniciaram terapêurica anti-retroviral pela primeira vez.

Os participantes foram randomisados para receber uma de três doses do GSK-572 ou do INNTR efavirenze (Sustiva® or Stocrin®) como parte da combinação terapêutica.

Os investigadores apresentaram os resultados intermédios às 16 semanas, descrevendo o efeito anti-retroviral “rápido e potente” das diferentes doses estudadas.

À 4ª semana, 66% dos participantes medicados com GSK-572 tinha carga viral abaixo das 50 cópias/ml quando comparados com os 16% dos que estavam a tomar efavirenze. À semana 16, aproximadamente 90% daqueles a usar o inibidor da integrase experimental tinham carga viral indetectável comparados com os 60% dos doentes sob efavirenze.

O aumento de células CD4  foi superior entre os participantes sob GSK-572 e estes tinham menos probabilidade de relatar efeitos secundários do que aqueles que estavam sob efavirenze.

A dose de 50mg de GSK-572 foi seleccionada para futuros testes em ensaios de fase 3.

O estudo VIKING incluiu doentes com resistência aos medicamentos anti-retrovirais, incluindo o raltegravir. O medicamento foi utilizado em monoterapia durante 10 dias, seguindo-se um regime combinado durante 24 semanas.

Ao 11º dia, 78% dos doentes tinha carga viral abaixo das 400 cópias/ml. Contudo, apenas 33% daqueles com a mutação de resistência Q184 obtiveram este resultado. Mesmo assim, os investigadores acreditam que estes resultados mostram que é difícil o desenvolvimento de resistências a este novo medicamento.

VIH e hepatite C – problemas ósseos mais frequentes

Doentes co-infectados VIH/VHC têm mais probabilidade de sofrer fracturas.

Investigadores do Departamento de Veteranos dos Estados Unidos examinaram os registos de 57 000 doentes seropositivos para o VIH que receberam tratamento entre 1988 e 2009.

Aproximadamente um terço estava co-infectado com hepatite C.

Um total de 951 doentes sofreu uma fractura do pulso, anca ou vértebra. Estas fracturas ocorrem geralmente quando existe osteoporose.

Eles concluíram que a taxa destas fracturas era mais elevada entre os doentes co-infectados e que a co-infecção aumentava o risco de fractura entre 27 e 43%.

VIH e crianças – o tratamento precoce é custo eficaz

Orador, Dr. Gesine Meyer-Rath. ©IAS/Steve Forest/Workers' Photos

Um estudo sul-africano demonstrou que iniciar a terapêutica anti-retroviral logo que a criança nasce, é muito mais custo-eficaz do que adiar o tratamento.

A Organização Mundial de Saúde recomenda o início imediato da terapêutica anti-retroviral nos bebés com infecção pelo VIH, tendo em conta os resultados dos ensaios clínicos da África do Sul que demonstraram uma redução muito elevada no risco de morte em relação ao braço do início mais tardio.

Análises posteriores dos resultados de um destes ensaios – o estudo CHER - demonstraram que o início precoce do tratamento não salva apenas vidas, mas é também economicamente vantajoso.

No tratamento deferido (iniciado em média às 27 semanas de idade após o nascimento) o custo médio por criança foi de 2 432 dólares americanos (95% CI: 1982 para 2889), enquanto o tratamento precoce (iniciado às 7 semanas de idade) foi de 1 349 dólares americanos (95% CI: 1244 para 1464) – uma redução significativa no custo.

Em associação com:

VIH e Tuberculose – a TARc precoce salva vidas

Investigador chefe do estudo CAMELIA, Dr. Francois Blanc. ©IAS/Steve Forest/Workers' Photos

Os doentes com VIH que iniciam TARc duas semanas depois do início do tratamento para a TB têm muito menor probabilidade de morrer dos que os que apenas iniciam dois meses depois de começar o tratamento da TB.

Os resultados do estudo CAMELIA apresentados nesta conferência demonstraram que o risco de morte foi reduzido em 39% entre os que começavam TARc após duas semanas.

O estudo foi realizado no Camboja e incluiu 661 doentes co-infectados com VIH/TB, que tinham uma contagem de células CD4 média de 25 ml.

As pessoas que iniciaram a TARc precocemente apresentaram maior probabilidade de desenvolver síndroma inflamatória de reconstituição imunitária (IRIS em inglês). No entanto, estes riscos foram claramente ultrapassados pela redução na mortalidade verificada neste braço do estudo.

“Podemos especular que iniciar a TARc duas semanas após o início do tratamento da TB poderá potencialmente salvar 150 000 das 450 000 mortes anuais associadas ao VIH/TB”, afirma um dos investigadores.

“Este é um bom estudo”, comentou Jerry Friedland da Yale University.

A TB é ainda a principal causa de morte em pessoas que vivem com VIH, e os activistas demonstraram, durante a conferência, cartazes que diziam ”Não a mais mortes de pessoas com VIH devido à TB”.

Os direitos humanos são fundamentais para a prevenção do VIH em homens que têm sexo com homens

Joel Nana da African Men for Sexual Health and Rights ©IAS/Steve Forrest/Workers' Photos

Os homens que têm sexo com homens em Kampala, Uganda, que têm sofrido violência homofóbica ou perseguição são cinco vezes mais vulneráveis à infecção pelo VIH que os outros homens.

O estudo envolveu 303 homens. O recrutamento foi quebrado em Maio de 2008 após a detenção de activistas LGBT numa conferência sobre VIH em Kampala.

Constatou-se uma baixa percepção pobre do risco que comporta o VIH – 11% dos homens pensavam que o sexo anal, insertivo ou receptivo, não envolvia perigo de transmissão.

Os homens que tinham sofrido alguma vez violência ou abuso por causa da sua sexualidade tinham cinco vezes mais o risco de infecção pelo VIH. De toda a amostra, 37% tinham sido abusados fisicamente, 37% tinham sido chantageados e 26% tinham sido forçados a ter sexo.

Durante a conferência de Viena foi dito que as necessidades de prevenção e tratamento dos homossexuais e outros homens que têm sexo com homens foram finalmente reconhecidas nas estratégias de combate ao VIH nos países africanos.

No entanto, insistiu-se na necessidade de incluir estas necessidades relacionadas com a saúde dentro duma agenda de direitos humanos mais extensa.

A violência, a extorsão, a perseguição, o estigma e o ostracismo limitariam e minariam o possível progresso na prevenção.

Nevirapina de libertação prolongada funciona bem

A nova formulação de libertação prolongada de nevirapina (Viramune®) pode ser tomada uma vez ao dia e actua pelo menos tão bem quanto o comprimido de libertação imediata mais antigo.

O estudo envolveu 1011 adultos naive que vivem com o VIH.

As análises à semana 48 mostraram que em 81% das pessoas a tomar a nova formulação de libertação prolongada a carga viral era indetectável, comparado com 76% sob tratamento com a formulação de libertação imediata.

Em que ponto está agora o activismo contra a SIDA?

Da esquerda para a direita: Paula Akugizibwe; Mark Heywood; Mphu Keneiloe Ramatlapeng; Jon Liden. ©IAS/Marcus Rose/Workers' Photos

O movimento contra a SIDA está numa “encruzilhada”, segundo os dois painéis de activistas e legisladores que falaram esta semana na conferência.

Uma sessão satélite promovida pela Treatment Action Campaign (TAC) e uma sessão intitulada Durban +10: A New Call to Activism sublinharam as complexidades de uma epidemia entra na sua quarta década. Vontade política sustentada, os financiamentos insuficientes, restrições do governo à sociedade civil e responsabilidade são aspectos centrais e de grande preocupação para quem trabalha no terreno.

Literacia em Tratamentos ilustrada – e traduzida

Viram o nosso poster no hall dos posters? Está também disponível para download no nosso site.

O poster mostra em detalhe o novo projecto de criação de um novo formato para os materiais sobre tratamento para o VIH. Trabalhando em conjunto com profissionais do VIH e pessoas que vivem com VIH, desenhámos e testámos uma série de folhetos ilustrados para apoiarem diálogos sobre o tratamento do VIH e saúde. O resultado dos folhetos “O básico” tem sido de grande sucesso e está agora disponível em outros idiomas.

Pode fazer o download das versões de “O básico” em inglês, como também de todas as nossas publicações em www.aidsmap.com/resources. As traduções de “O básico” estão também disponíveis para download no nosso site em www.aidsmap.com/translations.

Mais cobertura da conferência

Para mais informacões sobre a conferência consulte a nossa página da internet Viena. Pode também acompanhar o nosso Editor Principal Keith Alcorn, no Twitter.

Outros dois parceiros oficiais estão a trabalhar na cobertura e análise da conferência on-line, de modo a que possa ter acesso a toda a informação.  A Clinical Care Options (CCO) irá disponibilizar destaques audio, sumários e apresentacões para download,enquanto a Kaiser Family Foundation irá disponibilizar informações das sessões através da internet.

 Tradução disponibilizada por: 

  GAT - Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos VIH/SIDA  

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