Os investigadores do Quest Clinical Research, em S. Francisco, utilizaram a terapêutica genética para produzir células que não tinham o co-receptor CCR5, que o VIH utiliza para infectar as células.
A investigação foi baseada no estudo dos “controladores de elite” – pessoas seropositivas para o VIH que mantêm um sistema imunitário saudável e carga viral indetectável sem terapêutica anti-retroviral. Estas pessoas não têm o CCR5 nas suas células.
O pequeno estudo de fase 1 envolveu seis doentes seropositivos para o VIH. Todos estavam sob terapêutica anti-retroviral e tinham a carga viral indetectável. Contudo, tinham tido uma fraca resposta imunitária ao tratamento e o intervalo da sua contagem de células CD4 era de 200-500 células/mm3.
Foi recolhido sangue, as células-T filtradas e, novamente, restituído. Estas células foram tratadas em laboratório através de um tipo de terapêutica genética designada por “zinc finger technology”, que desactiva o co-receptor CCR5.
A modificação das células foi bem sucedida em cerca de um quarto dos casos. Estas células foram, então, reintroduzidas nos doentes.
Cinco dos seis doentes tiveram um bom aumento na contagem das células CD4, e o seu sistema imunitário melhorou.
Após três meses, 7% das células CD4 não tinham o co-receptor CCR5.
Os investigadores enfatizam que ainda é cedo para se falar sobre uma cura. Mas, acreditam, que os seus resultados são “uma prova de conceito” e investigações futuras estão a ser planeadas.
Investigações independentes demonstraram que a terapêutica genética alterou, também, com sucesso, algumas células que tinham o co-receptor CXCR4. Este, é normalmente encontrado em doentes experimentados na terapêutica anti-retroviral, ou que já estão doentes devido ao VIH. Um efeito protector foi logo evidente aos 14 dias após a reinfusão, apesar do efeito se ter desvanecido com o passar do tempo.