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AIDS 2010 XVIII International AIDS Conference Vienna 18-23 July 2010

Sucesso no campo dos microbicidas

A Prof. Quarraisha Abdool Karim, Directora científica da CAPRISA, explica como utilizar um aplicador com gel. (legenda da fotografia: www.caprisa.org)

Os resultados de um estudo demonstraram que um microbicida vaginal em gel, que contém o medicamento anti-VIH tenofovir (Viread®), reduz o risco de infecção em 39% nas mulheres que o usam.

Para as mulheres que usaram o gel, em pelo menos quatro em cada cinco relações sexuais, o risco de infecção pelo VIH foi reduzido em 54%. O microbicida tinha/trouxe também um outro importante benefício, reduzindo em 50% o risco de infecção pelo herpes genital.

O ensaio randomizado e controlado por placebo – designado por CAPRISA 004 – foi conduzido na África do Sul. Incluiu 889 mulheres seronegativas para o VIH, randomizadas para receber ou gel contendo tenofovir ou gel placebo. Foram monitorizadas durante dois anos e meio.

Os resultados do estudo serão oficialmente apresentados hoje na Conferência Internacional sobre SIDA, em Viena, tendo já provocado grande entusiasmo.

“Este é um dia importante” afirmou Yasmin Halima, Directora da Global Campaign for Microbicides. “Temos agora evidência de que um gel vaginal pode prevenir a transmissão da infecção pelo VIH. Isto são boas notícias para as mulheres, boas notícias para este campo de investigação e um excelente dia para a ciência”.

Durante o dia de hoje, será disponibilizado um webcast desta sessão através do site Kaiser Family Foundation.

A avaliação de Bill Clinton à resposta mundial ao VIH

Ex-Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. ©IAS/Marcus Rose/Workers' Photos

O ex-presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton, afirmou durante a conferência de Viena que está na hora de assegurar o financiamento sustentável para a resposta mundial à SIDA.

Num discurso, em geral, optimista, o Presidente Clinton realçou o aumento do financiamento para o tratamento, assistência e prevenção do VIH na última década e manifestou que estava “entusiasmado” pela diminuição na prevalência do VIH entre as jovens mulheres sul-africanas.

No entanto, enfatizou que ainda há muito por fazer – apenas um terço das pessoas elegíveis para receber tratamento que lhes poderia poupar a vida, estão a fazê-lo.

Também atacou alguns países por falharem em dar prioridade às necessidades relacionadas com o VIH em grupos vulneráveis e marginais, como os homens que têm sexo com homens ou os utilizadores de droga injectada.

O ex-presidente dos Estados Unidos enfatizou também a relação custo-eficácia de proporcionar cuidados de saúde. “A saúde não é só um direito”, afirmou, “É um investimento com um elevado valor de desenvolvimento e com uma alta taxa de retorno”.

A OMS divulga novas orientações terapêuticas

Cobertura das orientações para o tratamento anti-retroviral em adultos e adolescentes da OMS.

Novas orientações sobre tratamento anti-retroviral foram oficialmente divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) durante a conferência.

As orientações da OMS são principalmente utilizadas em locais de recursos limitados.

As alterações chave incluem a recomendação de que o tratamento deve ter início mais cedo – quando a contagem de células CD4 atinge 350 e não as 200 indicadas até agora. Iniciar o tratamento com uma contagem elevada de células CD4 demonstrou reduzir o risco de doenças relacionadas com o VIH e de outras doenças graves, como a doença cardíaca.

A OMS estima que esta alteração irá aumentar o número de doentes elegíveis para receber tratamento de 10 para 15 milhões.

As orientações apoiam também o uso de combinações mais seguras, cruciais para à eliminação progressiva de esquemas terapêuticos com d4T.

A partir de agora recomenda-se a todas as pessoas seropositivas com tuberculose (TB) que iniciem tratamento anti-retroviral, independentemente da contagem de células CD4. 

Há também um reconhecimento nas orientações revistas que aumentar a cobertura do tratamento tem benefícios para a saúde pública, e pode ajudar a abrandar a epidemia. Há um consenso crescente de que o tratamento para o VIH diminui, significativamente, o risco de transmissão da infecção.

O Dr. Kevin Moody do Global Network of People Living with HIV/AIDS (GNP+) congratulou-se com as novas orientações, afirmando: “ Pensamos que ajudará a melhorar a qualidade de vida das pessoas, e que estas terão melhores resultados a nível da saúde. Estamos também interessados no facto de que o tratamento precoce poderá ter benefícios preventivos.”

A coincidir com a divulgação das orientações, a OMS divulgou dados que revelam que 5 milhões de pessoas estão actualmente a tomar terapêutica anti-retroviral.

O tratamento precoce beneficia o crescimento das crianças

Um profissional de saúde explica o tratamento ARV a uma criança, Suazilândia (Image: Jill Granberg/via Flickr)

Uma investigação sul-africana demonstrou que os adolescentes seropositivos para o VIH que iniciam a terapêutica antes de chegarem a uma contagem de células CD4 abaixo das 200 têm um crescimento significativamente melhor dos que iniciam o tratamento quando o seu sistema imunitário é mais fraco.

Conduzida no Soweto, a investigação incluiu 107 adolescentes medicados com terapêutica anti-retroviral durante um período médio de seis anos.

Os que iniciaram a terapêutica com uma contagem de células CD4 superior a 200/mm3 tinham resultados significativamente mais apropriados à idade do que aqueles que iniciaram o tratamento mais tarde.

Uma outra investigação, conduzida na Roménia, concluiu que muitas crianças seropositivas para o VIH tinham problemas a nível do sistema nervoso central. 

O estudo envolveu 528 crianças e foi realizado entre 1996 e 2008. Demonstrou que 43% tinha complicações a nível do sistema nervoso central. Contudo, o risco diminuiu drasticamente após a introdução do tratamento de combinação.

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Respostas variadas para o tratamento do VIH em crianças nos países com baixo e médio rendimento

Um novo estudo mostra que os resultados da terapêutica anti-retroviral em crianças que vivem com o VIH diferem claramente de acordo com a região.

O estudo envolveu cerca de 13 000 crianças a iniciar a terapêutica anti-retroviral em países com baixo e médio rendimento.

A taxa de mortalidade, 18 meses após o início do tratamento, variou entre 5,5% na África Ocidental e 9% na África do Sul.

O baixo peso, a anemia grave e a baixa percentagem de células CD4 no início do tratamento foram associados com o/ao aumento do risco de mortalidade.

Outros estudos demonstraram que a falência virológica nas crianças passa frequentemente despercebida quando a monitorização se baseia nos sintomas e na contagem das células CD4.

Apenas um terço das crianças do estudo teve falência virológica e 90% destas desenvolveram resistência aos medicamentos anti-retrovirais.

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Os níveis de VIH aumentam dramaticamente entre ‘jovens de rua’ na Europa de Leste

Capa do relatório Blame and Banishment, da UNICEF. A imagem mostra Slavik, 12 anos, olhando para a rua a partir da sarjeta em que vivia nos subúrbios de Odessa, Ucrânia. Fotografia de Michal Novotny.

Pelo menos 40% dos jovens que vivem na rua em algumas zonas da Europa do Leste estão infectados pelo VIH, de acordo com médicos, activistas e representantes de UNICEF. Anteriormente os dados sobre o VIH neste grupo eram desconhecidos, mas os estudos feitos durante os últimos cinco anos revelaram uma epidemia crescente. Blame and Banishment: The underground HIV epidemic affecting children in Eastern Europe and Central Asia, é o nome do estudo que a UNICEF apresentou hoje, sobre saúde, questões sociais e económicas, uqe causam o aumento alarmante tanto das taxas de jovens sem abrigo como de infectados pelo VIH.

Temas como a utilização de drogas, o trabalho sexual, a questão dos sem abrigo, o fraco sistema de saúde e a situação das famílias pobres são fundamentais no que diz respeito ao aumento do VIH.

Os desafios para resolver o problema incluem o facto de muitos jovens serem difíceis de alcançar, frequentemente criminalizados, terem um baixo nível de escolaridade, desconfiarem dos organismos e da polícia e também por terem, em alguns casos, problemas de saúde mental. Tanto adultos como crianças têm, com frequência, dificuldades em aceder aos serviços.

No entanto, as organizações estão a começar a utilizar abordagens inovadoras para combater a infecção pelo VIH nestes grupos e estão a ver alguns resultados. Tanto a UNICEF como a ONUSIDA apelam para que este tema “se torne central na acção mundial“, segundo Michel Sidibé, Director-executivo da UNAIDS.

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Serviço de notícias da aidsmap

Os editores da NAM escrevem notícias originais para o aidsmap durante todo o ano. Cobrimos elementos chave na área científica e de investigação do VIH e temas relacionados.

Fazendo parte do lançamento do novo site aidsmap.com, podemos agora disponibilizar o nosso serviço de “notícias agregadas”. Continuamos também a escrever notícias originais, e a nossa equipa recolhe agora criteriosamente notícias de outras fontes, todos os dias, para que possa encontrar toda a informação apenas num local.

Se pretende uma actualização rápida ou uma análise detalhada de novos desenvolvimentos consulte: www.aidsmap.com/news.

Mais cobertura da conferência

Para mais informacões sobre a conferência consulte a nossa página da internet Viena. Pode também acompanhar o nosso Editor Principal Keith Alcorn, no Twitter.

Outros dois parceiros oficiais estão a trabalhar na cobertura e análise da conferência on-line, de modo a que possa ter acesso a toda a informação.  A Clinical Care Options (CCO) irá  disponibilizar destaques audio, sumários e apresentacões para download,enquanto a Kaiser Family Foundation irá disponibilizar informações das sessões através da internet.

 Tradução disponibilizada por: 

  GAT - Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos VIH/SIDA  

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